A Descoberta da Lentilha e Outras Estórias

Lilypie 1st Birthday Ticker

5.22.2006

Devo ser um ser muito estranho. Não tenho a mais pálida paciência para estar a falar de bébés e de partos e de gravidezes durante mais do que 15 minutos. Acho impensável participar neste tipo de conversas durante horas e horas a fio. Como ontem aconteceu na festa de aniversário onde fui.

Será que irei mudar? Será que vou passar a ser insuportavelmente entediante com as conversas de criancinhas? Será que vou passar a falar com "inhos" que é um coisa que verdadeiramente abomino?

"O meu bébé já tem a caminha e o carrinho e 10 camisolinhas e 4 pares de sapatinhos e 3 roquinhas". Vomitativo!!!

E aquela coisa de se falar para as crianças como se elas fossem anormais? E a mania de se referirem aos objectos pelos nomes que as crianças usam? Tipo, em vez de sapato, a crianças diz algo que se assemelha com "sato" (é um suponhamos...). Então os adultos passam a dizer: "Zé Maria, vamos calçar o sato!" Mas pensarão que a criança diz sato porque acha graça? Não lhes parece que diz sato porque não consegue dizer sapato, e que se deixa de ouvir a palavra sapato então nunca mais a vai conseguir dizer? E que o nosso "sato" não lhes soa ao memso que elas próprias querem dizer que é "sapato" e por isso a coisa deixa de fazer sentido?

É impressão minha ou os adultos adoram menosprezar a inteligência das crianças pela simples razão de que é a única altura em que se sentem um bocadinho mais inteligentes do que outro ser humano? Sim, porque, regra geral, as pessoas são burras mesmo!

Também não acho que as crianças tenham que perceber as coisas como se fossem adultos. Erro também muito comum em pais que querem que o seu filho seja o mais inteligente de todos, ou em quem não tem a sensibilidade necessária para perceber que as crianças são isso mesmo: crianças.

Resumindo, esta coisa de educar alguém tem muito que se lhe diga. E eu sei lá o que é melhor. E eu sei lá se, mesmo dando o meu melhor, é possível fazer alguma coisa de jeito. Falamos daqui a 25 anos.

5.19.2006

E pronto. Foi ontem às 6 da tarde que tivemos a certeza que tenho uma lentilha dentro de mim. Sim, uma lentilha. De tão pequena que é.