Mas eu não sou assim. Não sou uma pessoas romântica. Não sou do género de pessoa que se deslumbra com estas coisas. Aliás, não sou do género de pessoas que se deslumbre. Sou mais do tipo prático e objectivo. As coisas são como são e pronto.
Sei que tenho imensa sorte por não enjoar. Isso eu sei. Mas não encontro grande beleza no facto de me sentir cansada sem ter feito nada. No facto de não poder "usar" o meu corpo da mesma forma: não poder pegar em pesos, não poder ser forte fisicamente porque é perigoso. Não encontro beleza nos pêlos que me cresceram na barriga (e que eu já tirei), nas borbulhas que tenho no corpo e no óleo que o meu cabelo produz de uma forma assustadora.
Não sou uma pessoa que reaja bem a mudanças. E não é por esta mudança ser "a coisa mais bela do mundo" que isso é diferente. E não é por ser suposto eu andar nas nuvens que vou dizer que ando.
Tenho sentido uma pressão demasiado grande. Eu sei que as pessoas vêm ter comigo para me dar os parabéns e para me dar conselhos porque gostam de mim e ficaram contentes. E sei que me oferecem logo todas as coisas dos filhos (lençóis, camas, banheiras) pela mesma razão. Mas isso stressa-me. Não gosto de pôr a carroça à frente dos bois. E na verdade, enquanto não for fazer a ecografia que me vai mostrar que de facto existe alguém inteiro dentro de mim não quero fazer da questão um facto consumado. Conheço demasiadas histórias que não acabaram bem. E lá está. Prefiro não me deslumbrar para depois não me desiludir.
Eu sou assim. Digo o que penso. Ainda que isso não seja muitas vezes politicamente correcto. E o que acabo de dizer não o é de certeza.
A minha grande sorte, é que tenho ao meu lado o melhor marido do mundo! Que me atura, me percebe e me apoia. E isso torna tudo muito mais fácil!